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O Nobel de Andrea Ghez

  • Foto do escritor: GJWHS
    GJWHS
  • 31 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de nov. de 2020

Prêmio Nobel: o que é e quando surgiu


O Prêmio Nobel recebe esse nome devido a Alfred Nobel (1833 – 1896), um químico sueco, conhecido também pela invenção da dinamite. Quando veio a falecer, Alfred assinou um testamento no qual constava que toda sua herança deveria ser convertida em “prêmios àqueles que, durante o ano anterior, conferiram o maior benefício à humanidade".


Fonte:https://operamundi.uol.com.br/historia/7803/hoje-na-historia-1867-alfred-nobel-registra-a-patente-da-dinamite


Anualmente, desde 1901, pessoas são laureadas por seus feitos nas seguintes categorias: Química, Literatura, Paz, Física e Medicina.


Até 2020, o prêmio foi concedido a um total de 873 homens, 57 mulheres e 25 organizações. Dessas 57 mulheres, sete ganharam o Prêmio Nobel de Química (3,8% de 186 laureados no total) e apenas quatro ganharam o Prêmio Nobel de Física (1,9% de 216 laureados no total). Assim, é necessário que a participação da mulher seja mais reconhecida nesse meio e, para isso, nada melhor que elas recebam incentivos em suas pesquisas e que a sociedade conheça e divulgue seus trabalhos.



Neste ano de 2020, quatro mulheres receberam o prêmio: Louise Glück (Nobel de Literatura), Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna (Nobel de Química) e Andrea Ghez (Nobel de Física). Hoje, falaremos um pouco sobre a laureada com o Nobel de Física e sobre o estudo que lhe rendeu o prêmio.


O Prêmio Nobel de Física 2020 foi dividido: metade foi entregue a Roger Penrose "pela descoberta de que a formação de buracos negros é uma previsão robusta da teoria geral da relatividade", e a outra metade, a Reinhard Genzel e Andrea Ghez "pela descoberta de um objeto compacto supermassivo no centro de nossa galáxia. "

Em 125 anos de Prêmio Nobel, Andrea Ghez é a quarta mulher a receber o Nobel de Física. Antes dela vieram Marie Curie, em 1903; Maria Goeppert-Mayer, em 1963, e Donna Strickland, em 2018.

Ghez nasceu em 1965, na cidade de Nova York, EUA, e obteve seu Ph.D. pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia. Quando perguntada sobre o estudo que lhe rendeu o prêmio, afirmou que “poucas pessoas entendem o que é um buraco negro, mas muitas pessoas são fascinadas por eles”.


Mas, então, o que é um buraco negro?


Buracos negros são regiões no espaço em que o campo gravitacional é tão forte que tudo o que passa perto deles é “arrastado” para dentro, até mesmo a luz, por isso não conseguimos vê-los, mas apenas detectar a influência que eles exercem ao seu redor.

Eles são formados pelo colapso de estrelas muito massivas, maiores até que o nosso Sol. Toda estrela tem um ciclo de vida, e esse ciclo é sustentado pelo combustível produzido nas reações de fusão nuclear que acontecem em seu interior. Quando esse combustível se esgota, a estrela entra em colapso, se contrai, tornando-se muito densa, pois toda sua massa fica concentrada em uma região muito pequena. Dessa forma, se a estrela for muito massiva, ela pode dar origem a um buraco negro.

Segundo a Teoria da Relatividade Geral de Einstein, objetos muito massivos podem deformar o tecido do espaço-tempo e fazer com que outros objetos passem a orbitá-lo. Imaginemos uma lona esticada e um objeto “pesado” no meio dela; esse objeto seria capaz de provocar uma curvatura nessa lona. Se lançarmos objetos menores, a uma determinada velocidade, nessa região da curvatura, esses objetos passarão a orbitar o objeto maior.


Fonte: https://www.saberatualizado.com.br/2016/07/gifs-cientificos-explicados.html


E é aí que entra a pesquisa realizada por Andrea Ghez e Reinhard Genzel. Há anos, eles estudam uma região chamada Sagittarius A, localizada no centro da nossa galáxia. Por meio de telescópios e uma série de cálculos, foi possível analisar as órbitas das estrelas próximas a essa região e comprovar a existência de um objeto invisível – lembrando que só é possível detectar a influência que o buraco negro exerce ao seu redor -, supermassivo, que afeta as órbitas e as velocidades dessas estrelas.

Essa descoberta é de grande importância para a astrofísica, pois pode contribuir para os próximos estudos de objetos compactos e supermassivos. Além de ser um marco na história das mulheres, que conquistam cada vez mais espaço no mundo científico.

Em entrevista ao diretor científico da Nobel Media, Andrea Ghez afirma:


"Para mim, sempre foi muito importante incentivar as mulheres jovens nas ciências, então, isso significa uma oportunidade e uma responsabilidade de encorajar a próxima geração de cientistas que são apaixonados por esse tipo de trabalho no campo [...] Acho que é tão importante porque ver pessoas que se parecem com você, ou pessoas diferentes, tendo sucesso mostra que há uma oportunidade aí, que você pode fazer isso, que este é um campo que está aberto para você. Então eu acho que a visibilidade é muito importante".



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