Nadia Ayad e a Bioengenharia
- GJWHS
- 28 de nov. de 2020
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Muitas mulheres trabalham em projetos capazes de transformar o mundo e mesmo assim são pouco conhecidas pela sociedade. Por isso hoje, em especial, falaremos de uma mulher que está se destacando na área da Bioengenharia: Nadia Ayad.

Filha de pesquisadores, a carioca seguiu o mesmo caminho dos pais, formando-se em Engenharia de Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Ela fez parte do programa Líderes Estudar, da Fundação Estudar, que oferece bolsas de estudos visando o desenvolvimento científico em diversas áreas do conhecimento.
Entre 2014 e 2015, conseguiu uma bolsa no programa Ciência sem Fronteiras, passando um ano na Universidade de Manchester, na Inglaterra, e também estagiando na Imperial College London.

Em 2016, Nadia venceu um concurso global organizado pelo grupo sueco de engenharia industrial Sandvik Coromant. No concurso, conhecido como “Desafio do Grafeno”, pessoas do mundo todo apresentaram inovações sustentáveis e revolucionárias feitas com grafeno.
Seu projeto de inovação teve como base a utilização do grafeno em sistemas de filtragem e dessalinização de água para áreas de limitação hídrica, como regiões áridas e semiáridas. Em outras palavras, sua ideia era tornar potável a água desses locais.
Durante o tempo que passou na Inglaterra, Nadia percebeu o quanto que o país investe em ciência, afirmando que “ainda podemos melhorar muita coisa no Brasil em termos de estrutura, pois cientistas criativos e de alta qualidade é o que não falta aqui”. Durante sua infância, ela via como seus pais e outros cientistas próximos a eles não eram valorizados e mesmo assim trabalhavam por amor. Infelizmente, essa desvalorização persiste até os dias de hoje.

“Quero que, no futuro, as pessoas não precisem ir para fora para ter acesso à pesquisa de ponta [...] A experiência no exterior mostra que dá para aprender com o que se faz lá fora e, ao mesmo tempo, entender o que fazemos de bom aqui”, afirma Nadia.
A falta de interesse popular e de investimentos, aliada à ideia de que a ciência é possível apenas para privilegiados, desestimula os jovens a seguirem carreiras científicas.
Por ser mulher e negra, Nadia desempenha um importante papel de representatividade. Ela diz que a diversidade é fundamental para a inovação, pois “pessoas diferentes têm maneiras diferentes de abordar um problema e talvez seja aquela criança que não teve a oportunidade de ter uma boa educação que tem o potencial de descobrir uma cura para o câncer. O Brasil é um país cheio de mentes brilhantes, porém o que falta são oportunidades – tanto para que essas mentes descubram que podem ser cientistas quanto oportunidades para atingir esse sonho”.
Nadia espera que sua história sirva de inspiração e motivação para que meninas sigam e brilhem em seus sonhos de serem cientistas.
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